The Periodic Table of Modern Art

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Impressionismo

Movimento que surgiu em França, no século XIX, inspirado na pintura Impressão: nascer do sol (1872) de Claude Monet.  Os impressionistas rejeitavam as convenções artísticas vigentes na época, motivados pela influência que a luz e o movimento tinham na perceção da paisagem. Adotando pinceladas soltas, as obras enquadradas neste movimento enfatizam os temas da natureza, principalmente as paisagens, procurando valorizar a ação da luz natural e evitando os contornos nítidos das figuras. Entre os principais artistas do impressionismo, destacam-se Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas, Auguste Renoir, Alfred Sisley e Camille Pissarro.

 

 

Pos impressionismo

Também denominado neoimpressionismo, foi um movimento artístico que intervalou o impressionismo e o cubismo, desenvolvido essencialmente na Europa entre o final do séc. XIX e início do séc. XX. Surgiu como objeção à limitação imposta pela técnica impressionista, que consideravam  superficial e apenas capaz de retratar cenas passageiras, sem dar grande importância às emoções ou a acontecimentos políticos e sociais. Os artistas mais enquadrados no Movimento são Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Paul Cézanne, Georges-Pierre Seurat e Henri de Toulouse-Lautrec.

 

 

Simbolismo

Movimento que se estendeu às artes plásticas, à literatura e ao teatro, surgido em França no final do séc. XIX. Opondo-se ao progresso da ciência e das tecnologias e ao realismo, era assente numa visão romantizada e no misticismo. Os simbolistas assumiam um interesse maior pelo individual do que pela visão generalista, criando a partir da sua perceção, entendimento e imaginação, e deixando de lado a observação e descrição realista do físico. Destacam-se aqui Aubrey Beardsley, Puvis de Chavannes, Paul Gauguin, James Ensor, Gustav Klimt, Edvard Munch e Henri Rousseau.

 

 

Primitivismo

Corrente artística que pediu emprestadas referências a culturas estrangeiras, em estágio pré-industrial e tribal, inspirando-se na arte feita por povos e tribos primitivas. Caracterizava-se por ser produzida por artistas autodidatas, com pouco ou nenhum conhecimento técnico ou teórico, e por uma temática normalmente popular. Explorando coleções etnográficas de museus, praticamente todos os vanguardistas foram influenciados pela arte primitiva entre o início do sec. XX e o surrealismo. Constantin Brancusi, Max Ernst, Paul Gauguin, Henry Moore e Pablo Picasso foram alguns dos artistas que se apropriaram deste movimento.

 

Pontilhismo

Saída do movimento impressionista, é uma técnica de pintura conseguida a partir da justaposição de pequenas manchas ou pontos de cor que provocam uma ilusão ótica. Criada em França em meados do século XIX, e tendo como grandes impulsionadores Georges Seurat e Paul Signac, enfatiza a composição das cores e da luminosidade enquanto forma de criar dimensão e profundidade.

 

 

Fauvismo

Nascido no início do séc. XX, e fortemente impulsionado por Henri Matisse, é entendido como a evolução do impressionismo. Tendo modificado a perceção da cor, esta nova estética expressa, através de um “jogo” cromático, os sentimentos e sensações do artista, mais do que a reprodução fiel do observado. Surge como uma ode à liberdade, rebeldia e imaginação, à alegria de viver com recurso a cores fortes, contrastadas, frequentemente inexistentes, que não se deixa escravizar pelos aspetos visuais da realidade.

 

 

Expressionismo

A ponte

Fundado por estudantes de Arquitetura, trata-se de um grupo artístico alemão, inserido no movimento expressionista, criado com o intuito de estabelecer uma passagem entre a arte contemporânea e a arte do futuro. A figura humana é o elemento de destaque, especialmente o tema do nu em ambientes naturais, embora a cidade (rua, pessoas nos cafés, etc.) também surja em algumas pinturas. Dando forma à visão subjetiva do artista, trata-se uma uma pintura dramática, a transposição dos sentimentos humanos para a tela. O objetivo do grupo era ter liberdade de movimento e de vida.

Cavaleiro azul

Criado em Munique, e de inspiração expressionista, o grupo foi formado em 1911 por artistas russos e alemães. Pretendia ver a vida a partir das experiências, sensações e sentimentos individuais, mas com um sentido universal, procurando superar fronteiras e barreiras territoriais de forma a unir a vanguarda da arte europeia. Wassily Kandinsky, Franz Marc,  Paul Klee e August Macke são os grandes representantes desta expressividade assente no lirismo e na emotividade.

Expressionismo abstrato

Tendo surgido em Nova Iorque (1940) é o primeiro movimento a seguir o caminho inverso ao tradicional: nasceu na América e atingiu posteriormente influência mundial, colocando a cidade no centro do mundo artístico. Na década anterior, muitos foram os artistas europeus que se fixaram em Nova Iorque, influenciando largamente as criações dos jovens pintores norte-americanos. É a partir desta junção que surge o Movimento, combinando a intensidade emocional do expressionismo alemão com a estética antifigurativa das Escolas Abstratas da Europa, como o Futurismo, o Bauhaus e o Cubismo Sintético. Com uma atitude de revolta perante a pintura tradicional, planeada e não espontânea, os pintores mais conhecidos do expressionismo abstrato são Arshile Gorky, Jackson Pollock, Philip Guston, Willem de Kooning, Clyfford Still e Wassily Kandinsky.

Neo expressionismo

Resgatado a partir da década de 80 como resultado de uma insatisfação com o Minimalismo, com a Arte Conceptual e o Happening. Fortemente influenciado pelo Expressionismo, Simbolismo e Surrealismo, procurava trazer de volta a pintura enquanto meio de expressão, de representações críticas, emocionais e subjetivas. A expressão na arte neo-expressionista era uma luta pela identidade, uma necessidade do artista por si mesmo, servindo-se da tela para abordar questões relacionadas com o passado cultural e individual, complementando as obras com materiais como palha, linhas, ferro, louça quebrada.

 

Abstracionismo

A geometrização cubista e a valorização das cores no Fauvismo e no Expressionismo foram preparando caminho para uma das maiores revoluções da arte europeia do século XX: o abstracionismo, isto é, o abandono da representação de objetos identificáveis. A corrente surge em 1910, tendo como precursor o artista russo Kandinsky e quebrou com o tradicionalismo, que procurava a representação realista da vida, sendo inicialmente interpretada como de mau gosto e estranha. O abstracionismo divide-se em duas tendências: abstracionismo lírico (inspirado instinto e na intuição ligada a uma “necessidade interior”) e abstracionismo geométrico (focado na racionalização, na análise intelectual e científica).

Cubismo

Surgido no século XX, teve como principais pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque, muito embora Cézanne já tivesse usado múltiplos pontos de vista numa única pintura anteriormente. A arte cubista rompeu com a representação realista da natureza, não tendo qualquer obrigação para com as formas reais, ainda que não chegasse à distorção do abstrato uma vez que as imagens representadas continuavam reconhecíveis. A principal característica do pintor cubista é a representação de diferentes ângulos de determinado objeto num só plano.

Futurismo

Movimento artístico e literário surgido em 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Caracterizou-se essencialmente pela rejeição da arte e cultura do passado, celebrando o progresso, a vida urbana, a tecnologia moderna, a velocidade e, em casos mais extremos, a violência e as armas. Frequentemente, as pinturas futuristas apresentavam cores vibrantes, formas geométricas, sobreposição de imagens e as chamadas “linhas de força”, de forma a dar uma ilusão de ação ao objeto representado.

Suprematismo

Movimento originado na Rússia no início do séc. XX, centrado em formas geométricas elementares (quadrado e o círculo), e que serviu de arranque para a pintura abstrata do modernismo. A primeira obra do Movimento foi Quadrado preto sobre um fundo branco, de Cazimir Malevich, sobre a qual o artista afirmou “Eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte a que chamei suprematismo”. Era definido como a supremacia do puro sentimento e focava-se em romper com qualquer imitação do mundo real.

Neoplasticismo

Movimento artístico de vanguarda proposto por Piet Mondrian no início no século XX, baseado nos ideais dos movimentos cubista e naturalista e na concepção analítica da pintura, tentando alcançar a essência através de uma linguagem plástica e objetiva. A necessidade de sublinhar a componente artificial da arte fez com que os artistas deste movimento usassem apenas as cores primárias, num estado máximo de saturação, assim como o branco e o preto, tons inexistentes na natureza.

Abstracionismo Lírico

Movimento que procura inspiração no instinto e na intuição, para produzir uma arte imaginária e ligada a “necessidades interiores”. Surge como reação aos grandes marcos do séc. XX (como a Primeira Guerra Mundial), fazendo sobressair as formas orgânicas e as cores vibrantes, bem como as linhas de contorno. O abstracionismo lírico procurava uma aproximação à música, onde a expressividade dos sons se transformava em linguagem artística.

 

Construtivismo

Tendo sido utilizado, pela primeira vez, por Malevich para descrever o trabalho de Rodchenko, o construtivismo representou um movimento de vanguarda artística e político iniciado na Rússia no séc. XX. De influência futurista, esteve preocupado em romper com a conceção artística, negando uma “arte pura”, e compilando as obras de arte inspiradas pelas conquistas do novo Estado Operário e pelas novas perspetivas modernas, servindo a objetivos sociais e à construção de um mundo socialista.

 

Dadaismo

Movimento de vanguarda artística moderna que surgiu por volta de 1916 em Zurique. O movimento dada surge durante e como reação à I Guerra Mundial, encontrando alicerces num sentimento de repugno pelo atraiçoamento dos homens em prol de simbologias decadentes. O objetivo é então ignorar toda a cultura já existente, especialmente da burguesia, fazendo valer a loucura, a liberdade total e individual, sem quaisquer regras. Era o movimento que reclamava não ter história, tradição ou método.

 

Surrealismo

Fundado em Paris em 1924,  o movimento está inserido no contexto vanguardista do início do séc. XX, reunindo artistas anteriormente ligados ao dadaísmo. Largamente difundido por André Breton, foi lançado nesse mesmo ano o primeiro e principal Manifesto Surrealista. Assumidamente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Freud, o surrealismo evidencia o papel do inconsciente no processo criativo. Os sonhos, fantasias, devaneios e ausência de lógica formavam assim a base para o desenvolvimento artístico. Deste movimento artístico destacamos Salvador Dalí e Joan Miró.

 

Pop art

Movimento artístico que surgiu em Inglaterra na década de 1950, mas que alcançou a sua maturidade em 1960 nos Estados Unidos. Entendida como a transição da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental, a pop art fez regressar a arte figurativa, contraposta ao expressionismo alemão que dominava o contexto criativo. Procurando inspiração na cultura de massas, o movimento aproximava-se e ironizava simultaneamente o quotidiano materialista e consumista das sociedades. Tinha chegado o momento da cultura de massas, do culto das imagens televisivas, da impressão de cenas de cinema, da produção publicitária.

 

Novo realismo

Ainda que de cariz semelhante à pop art, o Novo Realismo começou a ser idealizado quando os artistas Yves Klein, Arman, Raymond Hains e Jean Tinguely anunciam uma mudança radical em relação às correntes artísticas vigentes. Ao crítico de arte Pierre Restany coube sintetizar num pequeno manifesto o que unia estes artistas de estilos e meios tão diversos. O texto, publicado como apresentação da exposição Novos Realistas em Milão, antecede em alguns meses a fundação do movimento, somente oficializado em 1960. Os membros do grupo viam o mundo como uma imagem, da qual que tomariam partes e incorporariam na sua obra, procurando unir o mais possível a vida e a arte.

 

 

Minimalismo

Movimento artístico e cultural surgido nos Estados Unidos na década de 50, mas com afirmação nas décadas de 60 e 70 (após o pico do expressionismo abstrato). Contrapondo as conceções artísticas complexas e demasiado intensas, os defensores do minimalismo prezavam a simplicidade das cores e formas, o despojamento, recorrendo a materiais até então impensáveis. A consequência é uma forma de arte mais pura e livre de misturas e semelhanças, que procura a essência expressiva das formas, do espaço e dos materiais.

 

Arte povera

Movimento de arte moderna que surgiu no final de 1960 e proliferou durante 1970’s nas principais cidades italianas: Turim, Milão, Roma, Veneza, Nápoles e Bolonha. Os artistas procuravam explorar uma série de processos e materiais não convencionais, de forma a “empobrecer” as obras e fazer frente aos valores instituídos pela indústria, pelo governo e pela cultura. Ao longo da década de 1970, viraram-se atenções para a natureza e temáticas relacionadas, rompendo com os processos industriais e criticando-se o empobrecimento de uma sociedade preocupada com o enriquecimento material.

Arte concetual

Movimento artístico surgido nos anos 60, mas que teve o seu auge na Europa e nos Estados Unidos durante a década de 1970. Não existe exatamente um limite sobre o que pode e não ser considerado arte concetual, uma vez que a sua abrangência é muito extensa. Mais incidente no conceito e ideia do que no produto final, procura desafiar as pessoas a interpretar uma ideia, um conceito, uma crítica, conduzindo-as a uma reflexão. A arte concetual introduz igualmente a utilização de meios inovadores, alguns deles até dinamizados em simultâneo, como performances, instalações artísticas, vídeos, new media, fotografias, textos, entre outros.

Pós Modernismo

Conceito que define todas as características de natureza sócio-cultural e estética, designando assim todas as modificações cientificas, artísticas e sociais desde os anos 50 (altura em que termina o modernismo) até aos dias de hoje. Caracterizado pela disseminação dos meios de comunicação e pelo desenvolvimento tecnológico, e largamente influenciado pelo universo digital e pela sociedade capitalista, o artista pós-moderno está rendido a um universo imagético, repleto de signos e ícones, no qual a simulação substitui a realidade. Este é um movimento que carece ainda de um distanciamento histórico para melhor interpretação.

 

Arte performativa

Movimento que recorre ao corpo como meio de transmissão e obra de arte, apresentado-o a um público. Ainda que não seja possível alavancar a performance num conceito universalmente aceite, esta pode ser associada a Antonin Artaud, à organização the Situationists, e ao movimento Fluxus, por volta do final de 1960, inícios de 70, quase como uma antítese ao teatro, desafiando as formas artísticas e as normas culturais. A ideia seria criarem-se momentos efémeros e autênticos, para o artista e para o público, que não pudessem ser repetidos, capturados ou comprados. Arte performativa é um termo utilizado usualmente para arte concetual, referindo-se a um desempenho apresentado para uma audiência, mas que foge aos trâmites de uma peça/narrativa convencional. Pode incluir ação ou comunicação com a audiência ou ignorar por completo as expectativas, desenvolvendo-se numa base de improviso.

 

 

Bauhaus

Estilo que serviu como difusor de um ideal de correlação e complementaridade entre a arte, o design e a arquitetura. Na verdade, o estilo Bauhaus resultou da apropriação de uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha, operacional entre 1919 e 1933. Construída com o ideal de criar um espaço artístico polivalente, a escola teve uma profunda influência sobre os desenvolvimentos posteriores na arte, arquitetura, design gráfico, design de interiores, design industrial e tipografia.

 

 

 

Realismo

Movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do séc. XIX na Europa, mais especificamente em França, nascido do repúdio pela artificialidade do neoclassicismo e do romantismo. Os artistas deste movimento sentiam necessidade de retratar a vida e os costumes reais, quase direcionados para um quotidiano árduo, e não inspirados em modelos do passado. Esta corrente aparece simultaneamente no momento em que há um crescente respeito pelo facto empiricamente averiguado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico, afastando os impressionistas ainda mais das criações baseadas na imaginação. Importa sublinhar que o realismo, enquanto movimento artística oposto ao idealismo das escolas clássica e romântica, não deve ser confundido com técnicas realistas de reprodução da realidade.

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