Art Basel, A feira de arte contemporânea

Se quiseres investir numa obra de Basquiat ou de Andy Warhol não tens que ir muito longe! Basta ires até à Basileia, na Suíça, e visitar a Art Basel! De todas as feiras Europeias esta é, sem sombra de dúvida, a mais prestigiada e a mais seletiva no que toca a galerias de arte e respetivos artistas representados.

Não é para todos!

Não é de ânimo leve que afirmamos que esta feira é extremamente seletiva. As galerias que querem estar presentes na Art Basel passam por um processo de seleção muito rigoroso, levado a cabo por seis negociantes de arte, que se tornaram das pessoas mais poderosas e tastemakers do mundo da arte. Centenas de galerias de arte candidatam-se, todos os anos, para conseguir um lugar na Art Basel, mesmo sendo esta uma candidatura bastante complexa, com pedidos de descrição da evolução da galeria, historial de exposições, biografias dos artistas, e até mesmo uma maquete (com pequenas reproduções das obras, incluídas) para simular a configuração da cabine na Feira. Claro que, com um processo destes, só as melhores das melhores conseguem um lugar nesta feira.

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Jean-Michel Basquiat

Arte de topo, de todos os tamanhos e feitios

No que à feira diz respeito, e já com as galerias muito bem instaladas, chegados à Messeplatz somos imediatamente confrontados com um enorme pavilhão que nos deixa logo com borboletas no estômago. A feira contou com mais de 200 galerias de arte de todo o mundo, que exibiram trabalhos datados do séc. XX e XXI, nas categorias de pintura, desenho, escultura, instalação, impressões, fotografia, vídeo e arte digital, de mais de 4000 artistas. É verdadeiramente impressionante passear pelas cabines, pois a cada esquina surge uma peça que nos salta a atenção. Incrível é que, ao aproximarmo-nos, encontramos obras de Jeff Koons, Keith Haring, Joseph Beuys, Tracy Emin, Bruce Nauman, Thomas Hirschhorn, Damien Hirst, Ai Weiwei, Anselm Kiefer, Lucio Fontana, Hans-Petter Feldman, entre muitos outros.

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‘Felt Suit’, Joseph Beuys

Área ‘Unlimited’

Para além das fantásticas galerias de arte presentes na Art Basel, esta feira ultrapassa os limites de uma feira de arte convencional ao criar um setor dedicado à arte que não pode ser mostrada nas cabines tradicionais, chamado “Unlimited”. Esta área estava então reservada para esculturas de grande escala, projeções de vídeo, peças site-specific, arte performativa e instalações. A curadoria deste espaço ficou, pelo quarto ano consecutivo, a cargo de Gianni Jetzer, do Hirshhorn Museum and Sculpture Garden em Washington DC, e contou com 74 contribuições de galerias de arte. Aqui tivemos a oportunidade de nos deleitar com peças de Ai Weiwei, Olafur Eliasson, Dan Flavin, Pedro Reyes, David Shrigley, Martin Creed, Ryan McGinley entre muitos outros.

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‘Arab Spring’, Kader Attia

Claro que as surpresas não ficaram só dentro das portas do pavilhão, pois a feira prolongou-se pelos cantos históricos da cidade da Basileia, com uma programação artística pela noite dentro intitulada “Parcours”. O plano de festas foi composto por momentos artísticos, espalhados em vários locais da cidade, em exteriores e interiores. Assim, todos os interessados puderam assistir a performances incríveis no Museu da História Natural, ou sob a forma de procissão saída da igreja matriz, instalações site-specific, espetáculos de luz e som e muito mais.

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‘Suffragette City’, Lara Schnitger

Provar e chorar por mais

Não podíamos mencionar a Art Basel, sem destacar uma instalação do setor “Parcours”, intitulada “Painting the Roof of your Mouth”, uma colaboração do artista Davide Balula com o chef Daniel Burns. Nesta instalação, o chef decidiu interpretar quatro das obras do artista francês, através de gelados! Daí nasceram, então, quatro novos sabores de gelado, baseados em pinturas de Balula: fumo, madeira queimada, terra e rio. O mais espectacular é que os gelados sabiam exatamente aquilo que as telas continham: fumo, madeira queimada, terra e rio.

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Instalação ‘Painting the Roof of your Mouth’, uma colaboração do Chef Daniel Burns e Davide Balula

 

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‘Painting the Roof of your Mouth’, reinterpretação do chef Daniel Burns, das obras do artista Davide Balula

É certo que a Art Basel supera qualquer expectativa, e deixa qualquer pessoa deslumbrada com a sua qualidade e originalidade. Para as galerias de arte representa prestígio e, obviamente, vendas, para os profissionais de arte é aprendizagem. Já para os artistas, a Feira serve como inspiração e para os amantes de arte, de tudo um pouco. Já há datas para o próximo ano (16-19 de Junho 2016) por isso não há desculpa para deixar passar!

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